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Pesquisa da Feevale confirma coronavírus no esgoto de Porto Alegre

Coletas vêm sendo feitas em pontos de esgoto da Capital desde maio de 2020

Pesquisadores estão monitorando, através de análise molecular, a ocorrência e a quantificação do coronavírus em redes de esgoto no Rio Grande do Sul. O objetivo dos estudos, inéditos no Estado, é intensificar a vigilância epidemiológica do coronavírus em efluentes e mananciais e dar suporte às autoridades de saúde, ao longo da pandemia. Isso aumentará a compreensão da dinâmica viral e auxiliará na tomada de decisão das medidas de prevenção, além de fornecer elementos que contribuam para a investigação da hipótese de transmissão fecal-oral ou fecal-respiratória.

O projeto, desenvolvido a partir de um convênio firmado entre a Universidade Feevale e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), teve início em Porto Alegre e na Região Metropolitana, mas a previsão é reproduzir os estudos em outros pontos do Estado. As amostras analisadas na pesquisa Plano de monitoramento de coronavírus no ambiente são de ponto de captação de água bruta, corpo hídrico altamente impactado por esgoto doméstico, afluente e efluente de esgoto sanitário e efluente hospitalar. As coletas são realizadas pelos órgãos municipais e estaduais envolvidos na pesquisa e os testes ocorrem no Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale.

Segundo Caroline Rigotto, professora do mestrado em Virologia da Feevale e coordenadora do projeto, ao lado de Aline Campos, chefe da Divisão Vigilância Ambiental em Saúde do CEVS, a ideia é estender o monitoramento por 10 meses, permitindo acompanhar a ocorrência e a distribuição do vírus ao longo da pandemia e das diferentes sazonalidades. “São esperados desdobramentos em estudos genômicos e de modelagem matemática ambiental para diagnóstico coletivo”, afirma Caroline.

Primeiros resultados

A pesquisa teve início em 11 de maio e, na semana passada, ocorreu a terceira rodada de análises moleculares para detecção do coronavírus em amostras de águas residuais e superficiais coletadas em Porto Alegre. Nesta semana, está prevista a coleta em Novo Hamburgo.

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Sergio Louruz / PMPA

Até o momento, foram analisadas 29 amostras coletadas em 10 pontos de coleta, distribuídos em duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), duas Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE), um manancial altamente impactado e quatro hospitais. Também foram incluídas duas amostras coletadas em uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Dessas 29 amostras analisadas, cinco apresentaram resultados positivos (17%). As amostras positivas foram coletadas em uma EBE, uma ETE e um hospital.

A pesquisadora Caroline Rigotto lembra que esses resultados são preliminares, mas destaca que, quando comparados os dados entre as três primeiras semanas de coleta, é possível observar um aumento do percentual de amostras positivas.

“Importante ressaltar que, em 11 de maio, Porto Alegre contava com 644 casos de Covid-19 e, em 3 de junho, com 1.367. Nesse sentido, é possível inferir que a presença do vírus no esgoto sanitário apresentou comportamento de crescimento, acompanhando a epidemia na região”, salienta.

No ponto de monitoramento da Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Baronesa do Gravataí houve a presença do vírus em 100% das amostras de esgoto bruto nas duas coletas realizadas. Já a maior porcentagem de amostras positivas ocorreu nos pontos de monitoramento na Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) São João/Navegantes, que corresponde à segunda unidade de esgotos de Porto Alegre em termos de capacidade de tratamento. Nas amostras analisadas em pontos de monitoramento dos efluentes de estabelecimentos hospitalares, por sua vez, verificou-se um resultado positivo na terceira semana de coleta.

Amostragem e processamento

A coleta de amostras é realizada por uma equipe colaborativa interinstitucional, composta, nesta primeira etapa, por técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre e da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo.

Em Porto Alegre, foram selecionados pontos estratégicos de coletas nos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) que representassem a maior parte da população: Navegantes, Ponta da Cadeia e Salso. Neste último encontra-se a maior unidade de tratamento de esgoto do Rio Grande do Sul: a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria, que integra as SES Ponta da Cadeia, Cavalhada, Zona Sul e Salso. Também foram selecionados quatro hospitais de grande porte – públicos e privados – que recebem pacientes com Covid-19.

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Caroline Rigotto – Feevale

Conforme a pesquisadora Caroline Rigotto, a coleta de amostras (simples ou composta de 24 horas) é realizada em frascos de vidro estéreis e armazenadas a 4°C durante ou após a amostragem. Os frascos contendo as amostras são transportados em caixa com gelo para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e, em seguida, ao Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, onde o material é analisado. São avaliados parâmetros físico-químicos e, após, as amostras passam por uma etapa de concentração viral, seguida por extração do RNA viral e posterior transcrição reversa para a quantificação da Reação em Cadeia pela Polimerase em tempo real (RT-qPCR).

Posteriormente, estudos genômicos por meio do sequenciamento do genoma completo das amostras positivas serão realizados no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT/CEVS), permitindo a comparação com genoma de amostras clínicas de pacientes. O Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS também contribuirá nas análises moleculares e nos estudos genômicos do vírus ambiental.

Já a Fiocruz-RJ realizará o isolamento viral, pesquisando a viabilidade e eventual infectividade do vírus presente nas amostras ambientais. Em posse de dados que permitam uma análise estatisticamente representativa, técnicos do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH/UFRGS) realizarão estudos, de modo a contribuir na avaliação do impacto das intervenções adotadas e estudos de modelagem ambiental.

Caroline Rigotto ressalta que o grupo já está trabalhando no projeto de expansão da pesquisa.

“Estamos pensando em pontos estratégicos, como comunidades em vulnerabilidade social e com déficit de esgotamento sanitário e, futuramente, deveremos monitorar escolas também”, afirma a professora da Universidade Feevale, acrescentando que a epidemiologia baseada em esgoto é uma ferramenta que foi bem aceita e, provavelmente, se estenderá a médio e longo prazo, auxiliando no monitoramento e antecedendo surtos isolados.”

Fontes das informações: Jornal do Comércio | Feevale

Considerações finais

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