Tratamento de Água e Esgoto em Porto Alegre
É importante que todos possam entender como ocorre o tratamento da água que bebemos e do esgoto que geramos não só na capital Porto Alegre mas em todo o estado do Rio Grande do Sul.
No município de Porto Alegre o esgoto e a água são tratados pelo DMAE ( departamento Municipal de Águe e Esgoto ), já à nível estadual o mesmo serviço é executado pela CORSAN ( Companhia Rio Grandense de Saneamento ).
Saiba como funcionam os sistemas de tratamento de água e esgoto em porto Alegre e nas demais cidades do Rio Grande do Sul
O tratamento de esgoto da Corsan
A água é utilizada de diversas maneiras no dia a dia: para tomar banho, na descarga do vaso sanitário, lavar a louça. Depois de eliminada, ela passa a ser chamada de esgoto. A origem do esgoto pode ser, além de doméstica, pluvial (água das chuvas) e industrial (água utilizada nos processos industriais). Se não passar por processos de tratamento adequados, o esgoto pode causar enormes prejuízos à saúde pública por meio de transmissão de doenças. Estes resíduos podem, ainda, poluir rios e fontes, afetando os recursos hídricos e a vida vegetal e animal.
Para evitar esses problemas, as autoridades sanitárias instituíram padrões de qualidade de efluentes que são seguidos pela CORSAN. Afinal, o planejamento de um sistema de esgoto tem dois objetivos fundamentais: a saúde pública e a preservação ambiental.
Através da rede coletora pública, o esgoto sai das residências e chega à estação de tratamento, denominada ETE. O sistema é longo, pois o esgoto é recolhido por ramais prediais e levado para bem longe, o que exige a realização de grandes obras subterrâneas ao longo das ruas.
Uma vez instalada a rede coletora e implantado o sistema de tratamento, é a vez de os clientes fazerem a sua parte, pois cada morador deve fazer a ligação da sua residência à rede coletora para contribuir com a saúde pública e a recuperação ambiental.
Tratamento de água da Corsan
Do total da água existente no planeta, 97,5% corresponde à água salgada e o restante (2,5%) à água doce. Destes, 68,9% estão nas calotas polares, 29,9% nos reservatórios subterrâneos, e apenas 1,2% disponíveis como águas superficiais.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63,9% dos 5.507 municípios brasileiros têm abastecimento de água por meio de rede de distribuição. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a falta de saneamento resulte em uma morte infantil a cada 20 segundos.
A CORSAN, preocupada com estes dados, leva água tratada para 98% da população das cidades abastecidas pela Companhia.
A água, embora indispensável ao organismo humano, pode conter substâncias (elementos químicos e micro-organismos) que devem ser eliminados ou reduzidos a concentrações que não sejam prejudiciais à saúde.
As Estações de Tratamento de Água (ETAs) foram criadas para remover os riscos presentes nas águas das fontes de abastecimento por meio de uma combinação de processos e de operações de tratamento.
O tratamento da água superficial consiste nas seguintes etapas:
– Captação: retirada de água bruta do manancial;
– Adução: caminho percorrido pela água bruta até a Estação de Tratamento de Água;
– Mistura rápida: adição de um coagulante para remoção das impurezas;
– Floculação: onde ocorre a aglutinação das impurezas;
– Decantação: etapa seguinte, em que os flocos sedimentam no fundo de um tanque;
– Filtração: retenção dos flocos menores em camadas filtrantes;
– Desinfecção: adição de cloro para eliminação de micro-organismos patogênicos;
– Fluoretação: adição de compostos de flúor para prevenção de cárie dentária;
– Bombeamento para as redes e reservatórios de distribuição.
A CORSAN mantém todo o volume de água tratada dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela Portaria Nº 2914/2011 do Ministério da Saúde através do controle de qualidade realizado nas ETAs e Poços ou Fontes por meio de 341 Laboratórios físico-químicos e 171 Laboratórios bacteriológicos. Além disso, a Companhia ainda conta com um Laboratório Central o qual complementa a execução das análises exigidas pela Legislação Federal. Esse Laboratório é acreditado pelo INMETRO segundo os critérios da ISO 17025, que garante sua competência técnica.
Nas localidades atendidas por poços e fontes, geralmente a água subterrânea necessita apenas das etapas de desinfecção e fluoretação para torná-la potável.
Fonte: CORSAN
O tratamento de esgoto do DMAE
Cada uma das 11 unidades de tratamento de esgoto do Dmae (Serraria, Sarandi, São João-Navegantes, Belém Novo, Ipanema, Lami, do Bosque, Esmeralda, Nova Restinga, Parque do Arvoredo, Rubem Berta) utiliza um ou mais dos seguintes processos:
Lodos ativados
Nesse processo, o ar é injetado em um tanque de aeração contendo esgoto, e a matéria orgânica é degradada por bactérias na presença do oxigênio que está dissolvido. O termo “lodo ativado” refere-se à suspensão “ativa” de microrganismos que decompõem a matéria orgânica solúvel. Os sólidos resultantes do processo são desidratados em leitos de secagem.
Biodigestor de fluxo ascendente
Nesse tipo de tratamento, a matéria orgânica é convertida pelas bactérias anaeróbias em ácidos orgânicos, numa primeira etapa, e em gás metano e gás carbônico na etapa seguinte. O processo ocorre na ausência de oxigênio. O lodo resultante é desidratado em leitos de secagem, sem emissão de odores.
Lagoa de estabilização do tipo australiano
Nesse processo, a matéria orgânica presente no esgoto é decomposta pelas bactérias na presença ou não de oxigênio. A porção superficial da lagoa contém oxigênio dissolvido devido a ação do vento e das algas; nesta região a matéria orgânica é degradada pelas bactérias aeróbias. No fundo da lagoa a quantidade de oxigênio dissolvido é pequena ou nula, e a matéria orgânica é decomposta pelas bactérias anaeróbias. Alguns produtos dessa decomposição são causadores de odores, contudo, são oxidados na camada superior evitando, assim, sua emissão para a atmosfera.
Lagoas de purificação biológica com plantas macrófitas
Nesse tipo de tratamento, ocorre a redução de matéria orgânica pela utilização das plantas (predominantemente Eichornia)
Tratamento de água no DMAE
Pré-Tratamento
É a aplicação, na água bruta, de agentes oxidantes e carvão ativado, com o objetivo de reduzir a quantidade de matéria orgânica, eliminar a larva do mexilhão, e reduzir o gosto e o odor oriundos de florações (desenvolvimento de algas no manancial).
Captação
O Dmae capta água bruta do Lago Guaíba. Nas Estações de Bombeamento de Água Bruta – Ebab´s, a água passa por um gradeamento que retém os sólidos de maior volume, para depois ser conduzida às Estações de Tratamento de Água – ETAs, onde será tratada.
Floculação
Nas ETAs, a água recebe um coagulante primário (como sulfato de alumínio ou cloreto de polialumínio), que aglutina as partículas sólidas em suspensão – sujeiras e microrganismos -, formando flocos.
Decantação
Os flocos que estavam em suspensão adquirem peso, sedimentam e se depositam no fundo do decantador.
Filtração
A água passa por filtros, onde são retidos os flocos menos pesados que não decantaram.
Desinfecção ou cloração
A adição de cloro elimina os microrganismos patogênicos. Compreende as fases de intercloração (serve para preservar os filtros de contaminações) e pós-cloração (garante a desinfecção da água tratada).
Alcalinização
A água recebe agentes alcalinizantes, que devolvem a ela a sua alcalinidade natural e o seu pH.
Fluoretação
A aplicação de flúor na água tratada colabora para reduzir a incidência de cárie dentária, principalmente entre crianças e adolescentes.
Distribuição
Concluído o processo de tratamento, a água é armazenada em reservatórios e depois, por meio de redes de distribuição e estações de bombeamento, é distribuída para os usuários.
Fonte: DMAE
Reprodução: Advento Desentupidora